quarta-feira, 31 de outubro de 2012

A IMPORTÂNCIA DA VITAMINA D.


       A vitamina D e seus pró-hormônios têm sido alvo de um número crescente de pesquisas nos últimos anos, demonstrando sua função além do metabolismo do cálcio e da formação óssea, incluindo sua interação com o sistema imunológico, o que não é uma surpresa, tendo em vista a expressão do receptor de vitamina D em uma ampla variedade de tecidos corporais como cérebro, coração, pele, intestino, gônadas, próstata, mamas e células imunológicas, além de ossos, rins e paratireoides.
Baixos níveis séricos de vitamina D podem, ainda, estar relacionados com outros fatores como diminuição da capacidade física, menor exposição ao sol, maior frequência de polimorfismos nos genes do RVD, efeito colateral de medicamentos, além de fatores nutricionais.

Deficiência de vitamina D
      A deficiência de vitamina D pode ser decorrência de ingestão inadequada com exposição insuficiente à luz solar, desordens que limitam sua absorção, condições que dificultam a conversão de vitamina D em metabólitos ativos, ou raramente por desordens hereditárias. Deficiência de vitamina D resulta em prejuízo da mineralização óssea e ocasiona doenças nos ossos ---raquitismo em crianças e osteomalacia em adultos --- e possivelmente contribui para a osteoporose.

Doenças causadas pela deficiência de vitamina D
       A deficiência de vitamina D pode causar várias doenças dos ossos como:
* Raquitismo - doença infantil caracterizada pelo crescimento impedido e deformidade dos ossos longos.

* Osteomalacia - desordem que enfraquece os ossos e ocorre exclusivamente em adultos caracterizada pela fraqueza muscular proximal e fragilidade óssea.

* Osteoporose - condição caracterizada pela redução da densidade mineral dos ossos e fragilidade óssea.
  
 *  Doença inflamatória intestinal (DII) - as DII (colite ulcerativa e doença de Crohn) são doenças imunomediadas, cuja fisiopatologia envolve também a participação de células Th1, com produção de IL-2, TNF-a e IFN-γ. Níveis séricos diminuídos de 25(OH)D têm sido descritos nas DII. Estudo realizado por Jahnsen et al.39 encontrou deficiência de vitamina D em 27% dos pacientes com doença de Crohn e 15% dos com colite ulcerativa.
 Entre outras, que também pode ter ligação com aumento da susceptibilidade a várias doenças e condições crônicas como tuberculose, pressão alta, câncer, esclerose múltipla, depressão, esquizofrenia.

TOXICIDADE DA VITAMINA D
Os níveis de concentração de vitamina D em cápsulas dependendo da dosagem e alimentos são muito pequenos para causar toxidade em adultos. A maior parte de casos de excesso de vitamina D ocorreram devido a acidentes manufatureiros e industriais. A exposição ao sol por longos períodos não causa excesso de vitamina D. 
Alguns sintomas de intoxicação por vitamina D são resultado de hipercalcemia  (nível elevado de cálcio no sangue) causada pelo aumento da absorção de cálcio pelo intestino. Intoxicação por vitamina D pode causar pressão alta, perda de apetite, náusea e vômito. Esses sintomas geralmente são seguidos por produção excessiva de urina, sede elevada, fraqueza, nervosismo e eventualmente insuficiência renal. O tratamento para intoxicação por vitamina D inclui descontinuar a suplementação vitamínica e restringir a ingestão de cálcio. Essa  tem uma ação primordial, que é de absorver o cálcio e o fósforo, além de manter o nosso sistema nervoso em ordem, regulando a nossa pressão arterial
A vitamina D, também inibe a proliferação das células cancerosas, fortalecendo o nosso sistema imunológico. Uma das formas de se obter esse nutriente, é acrescentando na sua alimentação: sardinha, salmão, óleo de fígado de peixe, gema de ovo, atum, bagre, cavalinha, cogumelos entre outros. 
 Para que essa vitamina alcance todo o seu poder no nosso organismo, é necessário que se tome 15 minutos de sol por dia  no horário de meio dia e sem protetor solar. A falta dessa é extremamente preocupante, desde a infância, até a idade adulta, principalmente com os idosos. O organismo fica com baixa imunidade podendo causar as doenças acima citadas.
 A vitamina D  divide-se em duas formas, as quais devem caminhar juntas,: D2 e D3, sendo que esta última é que vai fixar a vitamina no organismo, através do sol de meio dia 15 min e sem protetor solar..
A nossa preocupação não deve ser só com a vitamina D, porque quando temos uma alimentação saudável e variada com peixes, carnes magras, ovos, feijões, cereais, frutas, vegetais e legumes e banho de sol regular, podemos ficar tranquilos, porque a nossa saúde está em ordem.
        Enfim, a natureza nos apresenta uma infinidade de alimentos atraentes, saborosos e com todos os nutrientes que o nosso organismo precisa para se manter com muita saúde.
O que precisamos é ficar atentos para comer de tudo, variando sempre, pois só assim vamos conseguir ingerir todas as vitaminas necessárias para o fortalecimento do nosso organismo. 

                                                                                      MARILEIA RAGONE
                                                                       NUTRICIONISTA CLÍNICA FUNCIONAL

domingo, 8 de julho de 2012

O poder da castanha do Pará


A castanha-do-pará, ou castanha-do-brasil é a semente da castanheira-do-pará (Bertholletia excelsa) uma árvore da família botânica Lecythidaceae, nativa emergente da Floresta Amazônica.
Uma  castanha por dia, não mais do que isso, garante as doses de selênio de que seu corpo precisa para preservar cada célula, colocar para fora possíveis substâncias tóxicas,  com isso viver mais e com maior qualidade de vida. Uma unidade da nossa castanha  é possível encontrar  de 200 a 400 microgramas de selênio.  Aliás, o limite de consumo diário do mineral é de 400 microgramas, portanto, não vá com muita fome ao pote. No caso de uma criança, meia  castanha seria suficiente. É um fruto com alto teor calórico e proteico, além do selênio que combate os radicais livres e muitos estudos o recomendam para a prevenção do câncer (cancro). Algumas pesquisas indicaram que o consumo de selênio está relacionado também com uma redução no risco de câncer de próstata.
          Valor calórico em média de uma castanhas-do-pará é de 25 calorias. Possuem 18% de proteína, 13% de carboidratos e 69% de gordura. A proporção de gorduras é de aproximadamente 25% de gorduras saturadas, 41% de monoinsaturadas e 34% de poli-insaturadas (gorduras boas).  Possuem um gosto um tanto terroso, muito apreciado em vários países. Castanhas-do-pará  após retiradas de suas cascas tornam-se rançosas rapidamente, por isso não compre em grandes quantidades, elas também podem ser esmagadas para se obter óleo.   
            Além do selênio que é um antioxidante essencial para acionar enzimas que combatem os radicais livres,  a pesquisadora neozelandesa que investigou suas propriedades e concluiu que o  selênio se liga a algumas proteínas já existentes em nosso corpo para formar essas enzimas antioxidantes,. Na ausência dele, as tais enzimas ficam sem atividade e, então, deixam de combater os radicais e ainda diminuem as defesas do organismo.      
O mineral da castanha também teria um papel especial na proteção do cérebro, é que, com essa capacidade inibir a formação de radicais livres, as células nervosas seriam preservadas, evitando o surgimento de doenças neurodegenerativas  com a idade. Justamente por isso, há pesquisas sobre os possíveis benefícios do selênio em portadores do mal de Alzheimer. Nutricionistas desconfiam que nesses pacientes os radicais façam maiores estragos.
A tireoide também funciona melhor na presença do selênio. Isso porque, se não houver esse elemento, ela não consegue produzir direito seus  hormônios. O mineral também está intimamente associado à capacidade de o organismo se livrar de substâncias tóxicas, ajudando-o inclusive a expulsar possíveis metais pesados que se alojam nas células. 
      Embora a quantidade de selênio varie consideravelmente de uma para outra,  são também uma boa fonte de magnésio e tiamina. Isto levou alguns analistas a recomendarem o consumo de castanhas-do-pará como uma medida preventiva para várias doenças..
O chá da casca da castanheira-do-Pará  é usado na Amazônia para tratamento do fígado, e a infusão de suas sementes para problemas estomacais e seu óleo é usado como umidificador da pele.
Por fazer tão bem a saúde,  crie esse hábito, cama  uma  castanha do Pará diariamente, mas cuidado ela deve estar balanceada no seu plano alimentar, pois apesar de todos os seus benefícios, é muito calórica.

OBS- Ela também  é excelente para quem malha e quer ganhar massa muscular.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Mel - Alimento com grandes propriedades funcionais.


O mel se aplica como alimento funcional, pois tem sido utilizado desde a antiguidade como parte da medicina tradicional devido sua ação antibacteriana, antioxidante, antitumoral, anti-inflamatória e antiviral.  Produzido pelas abelhas, o mel é um alimento de alto teor energético de alta qualidade. Riquíssimo em elementos nutritivos é o único alimento completo que não apodrece.
As atividades biológicas do mel são atribuídas principalmente aos compostos fenólicos, a maioria desses compostos está na forma de flavonoides, que tem se destacado como componente funcional, pois exibem ampla gama de atividades biológicas, incluindo além das atividades acima citadas,  antialérgica  e ação vasodilatadora entre outras. Além disso, os flavonoides inibem peroxidação lipídica, agregação plaquetária, permeabilidade e fragilidade capilar, e a atividade de sistemas enzimáticos incluindo ciclo-oxigenase e lipoxigenase.
A ação do mel, sobre a longevidade humana, se deve não só à sua alta ação energética, mas especialmente às enzimas, vitaminas e a presença de elementos químicos, importantes para o bom funcionamento do organismo humano, ele possui a maioria dos elementos minerais essenciais para o organismo humano, especialmente os oligo-minerais (ex. selênio, manganês, zinco, cromo, alumínio), além de proteger o fígado, promovendo a regeneração de suas células e prevenindo a formação do fígado gorduroso, fortalece o sistema nervoso, ajuda a desintoxicar, facilita a digestão, é um excelente antisséptico e  também tem propriedades de laxante suave e é muito eficaz no tratamento das doenças respiratórias ajudando na expectoração da gripe, asma, amigdalite e bronquite.
A ingestão de mel permite uma alimentação imediata e intensiva de todo o sistema muscular, especialmente os músculos do coração, através da glicose invertida. Por outro lado, a frutose, o açúcar das frutas, existente em grande quantidade no mel, é armazenado no fígado na forma de glicogênio para ser utilizada quando o organismo precisar. Por isso é uma fonte energética muito importante para os atletas e para os idosos.
Motivos não faltam para o consumo diário em na alimentação, lembrando que apesar de todos os seus benefícios, ele é calórico e deve ser usado com moderação.
Saiba que somente o mel puro está sujeito à cristalização, dentro de um período de tempo variável, conforme o tipo de florada, época de colheita e principalmente da temperatura.
O mel não deve ser aquecido acima de 40o C, para não destruir suas enzimas. Quando desejar descristalizá-lo, deve-se colocá-lo em Banho Maria a 40°C (calor suportável quando se põe a mão dentro da água) e descristalizá-lo lentamente.
A diferença entre um mel e outro resulta fundamentalmente da quantidade e qualidade de plantas que florescem e produzem néctar.
Nos EUA, Europa e África, o consumo per capita pode chegar a 1kg por ano. No Brasil, não passa de 300g anuais.
Uma colher (chá) de açúcar fornece cerca de 40 calorias, enquanto a mesma medida de mel contém 25 calorias, além de ter um poder adoçante muito maior que o do açúcar.
OBS: apesar dos grandes benefícios, não são indicados para crianças com menos de 2 anos, mulheres grávidas e pessoas com doenças graves devem saber da procedência do mesmo.

domingo, 13 de maio de 2012

Os benefícios da sardinha na alimentação


A sardinha é um peixe que pertence à família Clupeidae e tem nome científico Sardina pilchardus.. Na sua composição apresenta uma importante gordura: a Ómega-3 (w3), responsável por suas propriedades funcionais.

O organismo humano é capaz de produzir todos os ácidos graxos que necessita, com a exceção de dois: o ácido linoleico, LA, (um ácido graxo ómega 6) e o ácido alfa-linolénico, ALA, (ómega 3). Estes devem ser consumidos a partir da alimentação. Por isso a importância do consumo de alimentos como a sardinha para prevenção de alguns tipos de doenças cardiovasculares. São benefícios do ômega3 nas doenças cardiovasculares:

·         Diminuição dos triglicerídeos e colesterol total no sangue;
·  Diminuição do colesterol plasmático LDL (mal colesterol) e aumento do colesterol plasmático HDL (bom colesterol);
·         Redução da pressão arterial de indivíduos com hipertensão leve;      
·     Alteração da estrutura da membrana das células sanguíneas, tornando o sangue mais fluído.
·        Boa concentração, boa memória, boas habilidades motoras, boa velocidade de reação, neutralização do stress.
A sardinha, apresenta ainda uma excelente fonte de proteínas completas e de alto valor biológico, ferro, fósforo, magnésio, vitaminas A, B, D, E e K. Uma vantagem para o consumo deste alimento, além dessas citadas acima, é o seu preço, sendo um alimento de elevada qualidade nutricional e com baixo custo. Contudo, não é o único alimento com as propriedades benéficas descritas anteriormente, tais como linhaça; salmão e atum, sendo que o seu consumo deve ser frequente, mas lembrando que   a alimentação  deve ser diversificada e composta por todos os outros nutrientes.
Devemos ainda ter atenção quanto a forma como preparamos a sardinha, frita ou confeccionada no micro-ondas compromete a estrutura dos ácidos graxos e as suas propriedades benéficas devido à temperatura atingida e reações químicas ocorridas, por isso devemos  dar  preferência à sardinha assada, ensopada ou grelhada, já conservas de sardinha preparadas em óleo, azeite,  tomate ou molho de escabeche são mais práticas, mas rica em sódio quando industrializadas e  muito mais energéticas, por tanto mais calóricas e menos benéficas a saúde.
No momento da compra de qualquer peixe deve-se atentar para as condições de higiene apresentadas, tanto pelo estabelecimento e funcionários, quanto pelo alimento:  O peixe fresco deve ter a pele firme, olhos brilhantes e salientes, brânquias rosadas e odor característico, não muito forte, e não deve apresentar contaminantes, como areia e outras sujidades.
Lembrar de levar isopor, para que o peixe possa ser acondicionado até a residência,  sem comprometer  sua integridade.
        

quinta-feira, 19 de abril de 2012

CRANBERRY NO TRATAMENTO E PREVENÇÃO DAS INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO




                                                  Nome comum: Cranberry
                                                 Nome científico: Vaccinium macrocarpon
                                                 Família: Ericaceae
                                                 Parte usada: Fruto

         O Cranberry é uma planta nativa da América do Norte que apresenta em sua composição antocianidinas, flavonoides, proantocianidinas, taninos condensados e ácidos fenólicos, estes componentes podem impedir a adesão de certas bactérias, incluindo a Escherichia coli, associada às infecções do trato urinário. As propriedades de anti-adesão do Cranberry podem também inibir as bactérias associadas à úlcera estomacal. Pesquisas científicas recentes também demonstram que o Cranberry contêm quantidades significativas de antioxidantes e outros fitonutrientes com o potencial de impedir danos oxidativos causados pela espécie reativa do oxigênio deste modo, protege o organismo contra doenças cardiovasculares e câncer.
 Os sintomas clínicos no indivíduo adulto característicos de cistite são a disúria (dificuldade para urinar), polaciúria ou aumento da frequência urinária, urgência miccional, dor em baixo ventre, arrepios de frio ou calafrios, com presença ou não de dor lombar. Podem fazer parte do quadro clínico mal-estar geral e indisposição. No indivíduo idoso é comum dor abdominal ou distúrbio de comportamento na infecção do trato urinário. Em crianças o principal sintoma pode ser dor abdominal. Em recém-nascidos, o diagnóstico clínico de ITU se torna suspeito quando na presença de icterícia fisiológica prolongada associada ou não à perda de peso (30% dos casos), hipertermia, presença de complicações neurológicas (30%), diarréia, vômitos ou cianose. Em lactentes, o déficit pôndero-estatural, diarréia ou constipação, vômitos, anorexia ou febre de etiologia obscura, podem levar a suspeita de ITU. Por fim, na faixa pré-escolar os sintomas podem ser: febre, enurese (micção noturna), disúria ou polaciúria. No adulto, existe superposição entre os sintomas clínicos de ITU “baixa” vs “alta” (cistite vs pielonefrite). No entanto, a febre e a dor lombar são muito mais comuns na pielonefrite, que se acompanha também de toxemia e queda do estado geral mais importante.

Dicas importantes para minimizar o risco de ter uma infecção do trato urinário:
  • aumento de ingestão de líquidos;
  • urinar em intervalos de 2 a 3 horas;
  • urinar sempre antes de deitar ou após o coito; evitar o uso de diafragma ou preservativos associados a espermicida (para não alterar o pH vaginal);
  • evitar banhos de espuma ou aditivos químicos na água do banho (para não modificar a flora vaginal);
  • aplicação vaginal de estrógeno em mulheres pós menopausa..

Entre outras indicações, as mais significativas são:

  • Infecção do trato urinário (tratamento e prevenção);
  • Doença periodontal;
  • Tratamento de úlcera estomacal causada por H. pylori;
  • Antienvelhecimento;
  • Anticâncer.
Contra indicações-Nefrolitíase.
É considerado seguro seu uso na gravidez e na lactação.
Efeitos adversos e toxicidade- Apresenta segurança quando usado oralmente, embora as doses altas possam causar diarreia e sintomas gastrintestinais.
Precauções- Deve ser utilizado com extrema precaução em crianças com idade abaixo de 2 anos. Utilizar com cautela em indivíduos sob medicação e com condições médicas pré-existentes.
Interações- O excessivo uso de Cranberry pode aumentar a excreção e reduzir os níveis sanguíneos de alguns medicamentos, tais como certos antidepressivos, antipsicóticos e analgésicos a base de morfina. (Bratman et al., 2003).
  É aconselhável o uso de cápsulas de extrato de Granberry  de 300 – 500 mg – duas vezes ao dia durante 60 dias após esse período fazer a manutenção com 1 cápsula de 300mg – 1 vez ao dia durante 2 anos.

Marileia Ragone
Nutricionista clínica funcional


domingo, 1 de abril de 2012

Intoxicação alimentar


Causas mais comuns
       Intoxicação alimentar é o nome que se dá aos sintomas desagradáveis que uma pessoa experimenta depois de ingerir alimentos contaminados por certas bactérias nocivas. Contraindo a crença popular de que alimentos deteriorados costumam provocar intoxicação alimentar, as bactérias que deterioram os alimentos não são a causa mais comum desse distúrbio. Na realidade, esse tipo de intoxicação é muito raro porque, em geral, as pessoas não chegam a ingerir um alimento que está notoriamente estragado. Muito pelo contrário, a comida contaminada que realmente provoca a intoxicação quase sempre tem aparência, cheiro e gosto normais.
Tipos de intoxicação alimentar :Em geral, a intoxicação alimentar é provocada por três tipos de bactérias. Cada uma delas se desenvolvem num determinado tipo de alimento (necessitando de certas condições especiais para poder se multiplicar) e produz um conjunto deferente de sintomas. São elas:
Intoxicação por salmonela : As bactérias do tipo salmonela são a causa mais frequente de intoxicação alimentar. Elas contaminam todos os tipos de carne usados na nossa alimentação, antes mesmo de o animal ser abatido. Depois que um animal é contaminado pela salmonela, ele se torna portador e propagador da bactéria, pois, como ela é eliminada junto com as fezes, o solo e a água usados pelo animal também ficam contaminados, afetando outros animais. Os métodos modernos de cultivo intensivo, utilizado atualmente nas fazendas, também facilitam a disseminação da salmonela e, em geral, a infecção não chega a ser descoberta porque os animais afetados quase nunca mostram sinais de doença. Depois, quando o animal doente é enviado ao matadouro para ser abatido , outros animais ficam expostos aos germes, principalmente quando as normas de higiene são negligenciadas. Como é praticamente impossível distinguir entre carne sadia e contaminada pela salmonela, a carne infectada acaba sendo comercializada da maneira habitual. O cozimento completo da carne contaminada, seja em casa, seja por meio de processamento industrial do produto, destrói totalmente as bactérias nocivas, exceto nos casos de carne descontaminada volta a entrar em contato com outras carnes infectadas pela salmonela. Existe perigo toda vez que a carne não é cozida durante o tempo necessário e a uma temperatura suficiente alta para matar a salmonela. Isso acontece, por exemplo, com as aves congeladas antes de serem levadas ao fogo. Se uma galinha ou um peru grandes forem assados a uma temperatura demasiado baixa, de modo que o calor não chegue a atingir o centro da ave, há uma grande possibilidade de que as bactérias sobrevivam. Nesse caso, elas continuarão a se reproduzir e contaminarão todo o resto da carne, tornando-a inadequada para o consumo. Por isso deve-se tomar muito cuidado com os frangos grelhados habitualmente vendidos em rotisserias, porque são assados a temperatura muito baixas, insuficientes para exterminar as bactérias. A intoxicação por salmonelas também pode ser provocada pela clara de ovo que, depois de se tornar contaminada, passa por processo de desidratação, ou congelamento e é utilizada, sem cozimento, para coberturas e recheios de bolo.
Sintomas :Se uma pessoa ingere um alimento contaminado por salmonela, 12 ou 48 horas depois ela pode Ter diarreia, embora esta possa se limitar a apenas um ligeiro desarranjo intestinal. A gravidade dos sintomas varia de pessoa para pessoa, dependendo da quantidade de toxina ingerida e da resistência natural de cada organismo. Embora a intoxicação por salmonela quase nunca cause enjôos e dores de estômago, a pessoa contaminada pode Ter, além da diarréia, um pouco de febre e dor de cabeça. Em geral, numa pessoa com saúde normal, os sintomas desaparecem após três ou quatro dias. No entanto, as pessoas contaminadas continuam portadoras da doença durante vários meses. A razão é que, embora os sintomas tenham desaparecido, as bactérias continuam presentes no intestino e são eliminadas com as fezes. Por esse motivo, é muito importante lavar sempre as mãos depois de ir ao banheiro, principalmente se a pessoa vai manipular alimentos e utensílios usados para comer.
Intoxicação alimentar por clostrídio : A bactéria responsável por esse tipo de intoxicação alimentar, o Clostridium prefringes, se torna ativa - e causa problemas – durante o cozimento dos alimentos. Os pratos à base de carne, como os ensopados e as tortas, por exemplo, são particularmente suscetíveis ao ataque desses germes. Essas bactérias, que estão presentes no ar, na poeira e no chão, disseminadas pelas moscas, são indestrutíveis e sobrevivem à fervura durante horas seguidas. Em temperatura abaixo de 20ºC, ou acima de 60ºC, elas se mantém inativas. Porém, entre esses dois limites, elas se multiplicam rapidamente, contaminando o alimento é mantido aquecido durante várias horas após o cozimento, quando, quando ele é esfriado lentamente e em seguida não obtém uma refrigeração adequada ou quando ele é requentado durante vários dias seguidos.
Sintomas:  Os sintomas desse tipo de intoxicação surgem em geral entre 12 e 24 horas após a ingestão do alimento contaminado. Na maioria dos casos, o paciente tem fortes e persistentes does abdominais seguidas de diarréia,. Entretanto, a temperatura permanece normal e é rara a ocorrência de vômitos. Embora a pessoa se sinta bastante indisposta durante todo o tempo em que os sintomas persistirem, eles desaparecem depois de um ou dois dias. Se os sintomas continuarem presentes por mais tempo, é possível que o problema tenha uma causa completamente diferente.
Tratamento: É sempre aconselhável procurar um médico. Este tipo de intoxicação alimentar deve receber o mesmo tratamento dado à intoxicação por salmonela. O paciente necessita de um dia de repouso e deve ingerir uma grande quantidade de líquidos. Caso a diarreia persista, ele deverá seguir tratamento médico. De qualquer maneira, sempre é aconselhável procurar um médico se os sintomas forem muito acentuados e persistentes ou se o paciente for uma criança ou uma pessoa idosa.
Intoxicação alimentar por estafilococos: O Staphylococus aureus, um microorganismo que causa uma outra forma muito comum de intoxicação alimentar , geralmente está presente na superfície da pele, principalmente em torno do nariz, e também em certas infecções cutâneas, tais como cortes sépticos, espinhas e furúnculos. Um corte infeccionado na mão ou no braço de uma dona de casa que prepara uma refeição para sua família, por exemplo, pode contaminar os alimentos se eles não forem cozidos a um temperatura de 60ºC ou mais durante no mínimo meia hora. Se os alimentos contaminados por esta bactéria forem ingeridos crus ou parcialmente cozidos, eles podem provocar uma intoxicação alimentar que, na verdade, não é causada pela própria bactéria, mas sim pela toxina que ela produz.. Os alimentos comumente relacionados com esse tipo de intoxicação são presunto, língua, carnes defumadas (os conservantes usados nesses alimentos, infelizmente não eliminam as bactérias), pasta de carne, maionese, sorvetes, confeitos e doces industrializados.
Sintomas : Os sintomas surgem de uma a quatro horas após a ingestão do alimento contaminado e costumam ser bastante acentuados. Logo no início, o paciente sente tonturas e náuseas. Esses primeiros sintomas são acompanhados de vômitos abundantes que duram entre quatro e seis horas. Algumas pessoas também têm diarréia, sobretudo se ingerirem uma grande quantidade de toxina. A maioria dos pacientes se recupera em um período de 24 horas, mas as crianças e as pessoas idosas costumam levar mais tempo para se fazer. Como evitar a intoxicação alimentar : Muitas pessoas chegam a achar exagerados alguns dos cuidados que relacionamos abaixo. Mas, considerando os perigos que sua não observância acarreta, eles até que valem a pena. Mas ainda: são precauções muito fáceis de tomar e exigem muito pouco esforço. Lave sempre as mãos depois de ir ao banheiro e antes de preparar os alimentos. Se você tiver um ferimento nas mãos ou nos braços, proteja - o com esparadrapo e use luvas de borracha. Lave bem frutas e verduras em água corrente, sobretudo se você pretende ingeri-los crus.
  • Certifique - se de que os alimentos estão sendo cozidos da maneira certa. Em caso de dúvidas sobre a temperatura da água ou o tempo de cozimento corretos, consulte um bom livro de culinária.
  • Degele completamente a carne de aves antes de levá- la ao fogo. As carnes de vaca, carneiro e peixe podem ser cozidas logo depois de serem tiradas do congelador.
  • Se você fez um ensopado e pensa utiliza - lo em mais de uma refeição, cozinhe rapidamente, cubra e conserve num lugar frio, de preferência na geladeira. Esta precaução é particularmente importante se você pretende come-lo frio, ou deixá-lo para o dia seguinte.
  • Se quiser manter a comida quente para alguém que chegará depois, mantenha - a aquecida a uma temperatura superior a 60ºC.
  • Quando você for requentar a comida, faça-o de maneira que ela seja totalmente reaquecida e requente apenas a quantidade que você irá comer realmente.
  • Não deixe a carne crua entrar en contato com a que está cozida ou assada. Evite comprar em estabelecimento onde carnes
  • Você não precisa ir a um restaurante para ficar doente, por  que encontra-se micróbios perigosos na gaveta de verduras dos refrigeradores.

    Limpeza: Deve ser feita uma vez a cada 15 dias, sem desculpas. Use um pano umedecido em água morna e detergente neutro (50 ml por litro de água), enxague e passe uma solução de bicarbonato de sódio (1 litro de água e dois saquinhos do produto. Em seguida, use um pano seco. Por fora, limpe a superfície com uma esponja macia umedecida e sabão neutro. Por fim, seque com uma toalha.       

    Temperatura: Não se iluda: baixas temperaturas não matam os micróbios, só retardam o seu crescimento. Portanto, guarde as carnes na prateleira superior, bem perto do congelador, e mantenha a temperatura interna a pelo menos 5 graus Celsius. Estas são as temperaturas adequadas:
GELADEIRA
CONGELADOR
FREEZER
Entre 4 E 10 ºC
Entre 4 E -6 ºC
Entre 14 E -18 ºC



Nada de abarrotar:     O excesso de alimentos impede que o ar frio circule livremente. O resultado é a elevação da temperatura interna, o que aumenta o risco de crescimento microbiano. Sabe aquela história de que não pode guardar comida quente? Pode, sim. O que não é certo é tampar a panela logo de cara,. A geladeira é uma fábrica de vento gelado, que precisa circular para roubar calor dos alimentos. Espere duas horas e ela esfriará a comida, evitando a reprodução desenfreada das bactérias.

Carnes e peixes        
Duram até três dias dentro da geladeira. Se o consumo não for imediato, leve-os ao freezer. E claro: o descongelamento deve ocorrer dentro da geladeira. A salmonela, principal causadora de intoxicação alimentar, resiste ao gelo. O descongelamento a temperatura ambiente faz com que ela tenha condições de se proliferar.
Embalagens: As latas precisam ser lavadas antes. Vale o mesmo para os laticínios. Afinal,  ficam expostos a toda sorte de sujeira no supermercado. As sobras devem ser estocadas em recipientes  de vidros ou plásticos bem fechados.  Lembre-se: o prazo de validade só vale quando a embalagem está fechada. Aberta, qualquer comida terá uma durabilidade bem menor. Cheque o rótulo para um consumo seguro.
Os novos modelos do eletrodoméstico já nem têm mais lugar para eles na porta, porque o abre-e-fecha os torna vulneráveis à variação de temperatura. Agora, ficam na prateleira superior. Em vez de lavá-los, Ovos limpe a casca com papel toalha ou pano umedecidos com álcool 70º e guarde-os com a ponta para baixo. A extremidade mais larga é mais porosa e, por isso, suscetível à entrada de microrganismos.
Vegetais: Assim como as frutas, as hortaliças devem ficar nas prateleiras mais baixas. 

Com esses cuidados estará se prevenindo e cuidando de sua saúde.
 Marileia Ragone  
Nutricionista clínica funcional