sexta-feira, 1 de maio de 2015

Quem tem diabetes deve consumir leguminosas


Como os médicos tratavam a diabetes antes de inventarem a insulina? Quase mil plantas medicinais são conhecidos agentes anti-diabéticos, incluindo o feijão, a maioria das quais são utilizadas na medicina tradicional. Claro, só porque algo tem sido usado há séculos não significa que seja seguro. Alguns tratamentos para diabetes no passado incluíam arsênico e urânio. Felizmente muitos desses outros remédios ficaram pelo caminho, mas o interesse científico no potencial antidiabético do feijão foi renovado na última década.
O aumento do consumo de cereais integrais e leguminosas para dietas na promoção da saúde é amplamente incentivado pelos profissionais de saúde. Uma das razões é que eles podem diminuir a resistência à insulina, uma característica definidora da diabetes tipo 2.
A diabetes é uma epidemia global de saúde pública.
 Embora os hipoglicemiantes orais e insulina injetada sejam os pilares do tratamento da diabetes e são eficazes no controle de açúcar no sangue, eles têm efeitos secundários, tais como ganho de peso, edema e doenças do fígado. Muitas vezes eles não alteram significativamente a progressão da doença. Felizmente, modificações de estilo de vida têm-se revelado muito eficaz no tratamento desta doença. E se há uma coisa que os diabéticos devem comer, é leguminosas (feijão, grão de bico, ervilhas e lentilhas).
A Associação Europeia para o Estudo da Diabetes, a Canadian Diabetes Association e a American Diabetes Association (ADA), todas recomendam o consumo de leguminosas na dieta como forma de otimizar o controle da diabetes. Quais são as leguminosas? São ervilhas e feijão que vêm secos, e são, portanto, um subconjunto dos legumes. Eles excluem o feijão verde e ervilhas verdes frescas, que são considerados mais culturas vegetais, os óleos de soja e amendoim.
Uma revisão feita fora do Canadá, compilou 41 estudos clínicos randomizados experimentais, totalizando mais de mil pacientes, e corroborou as orientações nutricionais da Diabetes Association que recomenda o consumo de leguminosas como forma de otimizar o controle da diabetes. Eles descobriram que alguns são melhores que outros. Alguns dos melhores resultados vieram dos estudos que utilizaram grão de bico. Em termos de feijão, o feijão preto e o carioca (pintadinho) são os mais eficazes. Em se comparando o pico de açúcar no sangue devido ao consumo de arroz branco, sua combinação com feijão preto ou carioca, mostrou uma redução maior do que com os demais feijões com arroz.
Outros feijões podem não ser tão eficazes, porque têm níveis mais baixos de amido indigeríveis. Uma das razões do feijão ser tão saudável é que eles contêm compostos que bloqueiam parcialmente a nossa enzima de digestão do amido, o que permite que alguns amidos cheguem até o nosso cólon para alimentar as nossas boas bactérias do intestino. De fato, a inibição desta enzima amilase de digestão do amido, apenas pela ingestão de grãos, se aproxima da acarbose, uma droga de bloqueio do carboidrato (vendido como Precose), um medicamento popular para diabetes. O uso à longo prazo de grãos podem normalizar os níveis de hemoglobina A1C (o qual é utilizado para controlar a diabetes) quase tão bem como o fármaco.

 
Michael Greger, MD

Sempre digo: arroz e feijão é uma combinação perfeita.

Marileia Ragone- nutricionista clínica funcional, estética e esportiva

 

quarta-feira, 8 de abril de 2015

DIFERENÇAS ENTRE OS TIPOS DE SAL









Qual a diferença entre os tipos de sal?











Atualmente, pode-se encontrar diversos tipos de sal no supermercado: sal rosa do Himalaia, flor de sal, refinado, defumado, negro, marinho, entre outros. Apesar de todos possuírem sódio em sua composição, existem algumas diferenças entre eles, como a quantidade de sódio e de outros minerais, além de diferenças de textura e sabor.
sal de cozinha ou “refinado” é o mais utilizado na culinária. O iodo foi adicionado ao sal pela primeira vez em meados de 1920 para combater uma epidemia de hipertireoidismo e o bócio. O sal é processado para remover impurezas, o que reduz os teores de minerais, e por ter uma textura fina pode ser misturado de forma mais homogênea. O sal grosso evita o ressecamento dos alimentos por não ter passado pelo processo de refinamento e apresenta a mesma quantidade de sódio do sal de cozinha.
sal líquido é obtido pela dissolução de sal de altíssima pureza e sem aditivos em água mineral. Com embalagem contendo 250 ml, trata-se do primeiro e único sal iodado do Brasil apresentado na forma líquida. Com sabor suave, o sal líquido pode ser usado em todos os alimentos, sem alterar suas características.
sal light apresenta um reduzido teor de sódio com 50% de cloreto de sódio e 50% de cloreto de potássio. Geralmente é indicado para pessoas que têm restrição ao consumo de sódio. Entretanto, indivíduos com doenças renais não devem utilizá-lo, pois o aumento da ingestão de potássio pode causar um acúmulo do mineral no organismo, elevando o risco de complicações cardiovasculares.
sal marinho é mais caro do que o sal de cozinha por ser raspado manualmente da superfície de lagos de evaporação. Não é tão processado, preservando mais os sais minerais. Pode ser grosso, fino ou em flocos e dependendo da região que é retirado e da composição de minerais pode ser branco, rosa, preto, cinza ou de uma combinação de cores.

sal do Himalaia é encontrado aos “pés” do Himalaia, região que a milhões de anos foi banhada pelo mar. Possui mais de 80 minerais, tais como cálcio, magnésio, potássio, cobre e ferro. Por conta disso, os cristais ganham tom rosado e sabor suave. 

Existem diferentes tipos de sais defumados. No entanto, os mais tradicionais e cobiçados são o franceses. O sal defumado francês é feito com cristais de flor de sal defumados lentamente em fumaça fria resultante da queima de ripas de barris de carvalho usados no envelhecimento de vinho chardonnay. Já o sal defumado dinamarquês é feito segundo a tradição viking: após a evaporação da água do mar, o sal é secado em recipiente aberto sobre uma fogueira fumacenta, feita com galhos de madeiras aromáticas, como carvalho e cerejeira.
sal do Havaí possui coloração rosa avermelhada por causa da presença de uma argila havaiana chamada Alaea, rica em dióxido de ferro.

sal negro é um sal não refinado procedente da Índia. Por conta de compostos de enxofre presentes em sua composição, ele tem um forte sabor sulfuroso. Outro fator que chama a atenção é a cor cinza rosada, que evidencia sua origem vulcânica. Além de compostos sulfurosos, o sal negro é formado por cloreto de sódio, cloreto de potássio e ferro.
 A flor de sal contém 10% mais sódio do que o sal refinado. Na elaboração são utilizados apenas os cristais retirados da camada superficial das salinas onde se formam os grãos translúcidos. Possui sabor mais intenso e textura crocante, sendo indicado acrescentar após a preparação do alimento. 

sal kosher é utilizado para preparar carnes kosher, por remover o sangue da carne rapidamente. Não dissolve tão rápido quanto o sal de cozinha e não é iodado.
A tabela abaixo mostra a quantidade de sódio presente nos diferentes tipos de sal.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), um adulto deve consumir por dia, 2,4 gramas de sódio, o que equivale a 6 gramas de sal refinado. De acordo com o Consensus Action on Salt and Health (CASH), o consumo excessivo de sal está ligado não somente ao aparecimento da hipertensão, mas também a outras doenças, como osteoporose, câncer de estômago, asma e obesidade.

Entretanto, o sal, se consumido com moderação, proporciona ao organismo humano a quantidade necessária de sódio e cloro, proporcionando um equilíbrio hídrico, evitando a desidratação do organismo e preservando a atividade muscular e nervosa.



Minha opinião: Usar o sal comum mesmo, mas com moderação. Como tudo na vida o que vai comandar é o equilíbrio. Não adianta usar por exemplo o sal do Himalaia em quantidade maior, pois no final terá a mesma quantidade de sódio do comum. Moderação e equilíbrio são palavras chaves.

Marileia Ragone- nutricionista clínica funcional

Bibliografia (s)

Associação Brasileira de Nutrição. Notícia: Consumo de sal é elevado no Brasil: entenda as diferenças. Disponível em: http://www.asbran.org.br/noticias.php?dsid=1210. Acessado em: 26/03/2015

World Health Organization. Guideline: Sodium intake for adults and children. 2012

Consensus Action on Salt and Health. Disponível em: http://www.actiononsalt.org.uk/salthealth/index.html. Acessado em: 26/03/2015